Entre os sintomas destacam-se a obesidade (quanto mais obesa fica a mulher, pior fica o quadro da SOP), o hirsutismo (aumento dos pêlos no corpo, devido à grande quantidade de hormônio luteinizante segregado pela hipófise, principalmente aqueles que se desenvolvem no rosto, seios e abdômen), alterações menstruais (atraso na menstruação, sangramentos entre menstruações, menstruações muito abundantes, ausência de menstruação e etc.. Em geral, a mulher menstrua poucas vezes ao ano) e aparecimento de acnes (em virtude da maior produção de material oleoso pelas glândulas sebáceas).
Um dos maiores medos que as mulheres costumam ter quando são encontrados cistos nos ovários é o de não conseguir ter filhos. No entanto, em termos gerais, ter cistos não é sinônimo de infertilidade. A dificuldade para engravidar é maior, contudo a gravidez é possível.
Geralmente o diagnóstico é feito primeiramente a partir do exame clínico e dos sintomas, depois se medem os valores do hormônio luteinizante e dos hormônios masculinos no sangue e, paralelamente, faz-se um exame de ultra-som para visualizar os ovários e sua conformação.
É importante também realizar um diagnóstico diferencial, isto é, procurar outras doenças que, embora menos frequentes, podem dar origem aos mesmos sintomas da SOP.
Como a SOP é considerada uma doença crônica, o tratamento é sintomático, ou seja, utilizam-se medicamentos que aliviam os sintomas, porém não agem sobre a causa. A escolha do tratamento depende do tipo e da intensidade dos sintomas, da idade da mulher e do objetivo a ser alcançado, dependendo de qual seja o predominante em cada paciente:
1º regularização do ciclo menstrual;
2º tratamento da esterilidade;
3º melhora do hirsutismo.
Mulheres de 15 ou 16 anos, obesas, com pêlos e acne precisam emagrecer. Às vezes, só a perda de peso ajuda a reverter o quadro, sem a necessidade de tratamento clínico. Contudo, para as com idade superior a obesidade vai diminuindo automaticamente à medida que o tratamento necessário prossegue. Já, aquelas que não são obesas, é crucial diminuir a produção de hormônios masculinos, o que se consegue por meio de pílulas anticoncepcionais que atuam também na unidade pilossebácea, reduzindo a produção de sebo e o crescimento dos pêlos.
Uma mulher a quem não tenha aparecido pêlo corporal pode tomar progestagénios sintéticos (um medicamento semelhante à progesterona) ou contraceptivos orais, a menos que queira engravidar, tenha chegado à menopausa ou tenha outros fatores de risco associados a doenças do coração ou dos vasos sanguíneos. Também são administrados progestagénios sintéticos para reduzir o risco de cancro do revestimento interno do útero (endométrio) devido aos elevados valores de estrogênios. Geralmente, colhe-se uma amostra do endométrio para examiná-la ao microscópio antes de começar um tratamento medicamentoso para se assegurar que não há cancro.
Quando a quantidade de pêlo corporal aumenta, usam-se vários métodos de erradicação, como a eletrólise, as pinças, a cera, os líquidos ou cremes de depilação, ou aclara-se a sua cor para torná-lo menos visível. Outra forma de reduzir os sintomas é a administração de contraceptivos orais, embora tenham de ser tomados durante vários meses para se notar qualquer efeito que, muitas vezes, costuma ser ligeiro.
A espironolactona, um fármaco que bloqueia a produção e a ação dos hormônios masculinos, pode dar bons resultados na redução do pêlo corporal indesejado.
Os efeitos secundários são um aumento na produção de urina, diminuição da pressão arterial (por vezes provocando desmaio) ao sentar ou ao levantar rapidamente, dor nas mamas e hemorragia vaginal irregular.
Como não há estudos em mulheres grávidas e seus efeitos sobre o feto em desenvolvimento não são conhecidos, qualquer mulher sexualmente ativa que tome a espironolactona deve usar métodos contraceptivos eficazes.
Se uma mulher com a síndrome dos ovários policísticos deseja engravidar, pode ser-lhe administrado clomífeno, um indutor de ovulação, fármaco que estimula a liberação de óvulos pelos ovários. Se o indutor não der resultado, recorre-se aos hormônios e, em último caso, pode ser considerada a possibilidade de uma cauterização laparoscópica dos cistos, ou de uma intervenção cirúrgica para extirpar uma parte do ovário, porém os procedimentos cirúrgicos podem formar cicatrizes no tecido, diminuindo assim a capacidade de engravidar da mulher.
Recomendações
• Consulte regularmente seu ginecologista e não deixe de fazer os exames ginecológicos de rotina e outros mais específicos que ele venha a solicitar.
É aconselhável consultar um ginecologista com especialização na área de Ginecologia Endócrina, pois este se encontra mais apto ao tratamento da SOP;
• Não se descuide. Mulheres com ovário policístico correm maior risco de desenvolver problemas cardiovasculares na menopausa;
• Controle seu peso, pois a obesidade agrava os sintomas da doença;
• Fique sempre atenta ao seu ciclo e a menstruação. Se notar grandes variações, procure seu medico;
• Nunca tome anticoncepcionais sem acompanhamento médico. Mulheres que sofrem de problemas como hipertensão, varizes, obesidade, etc., podem ter a saúde prejudicada com o uso do remédio;
• Jamais tome qualquer tipo de medicamento sem o consentimento do seu médico, principalmente aqueles que induzem a ovulação. Indutores de ovulação, quando utilizados sem necessidade ou sem critério, podem provocar sérios efeitos colaterais.
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Matéria atualizada em 22 de novembro de 2011 |
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